Ibovespa opera em baixa com impacto de decisões do Fed e Copom; dólar chega a R$ 5,73

Nesta quinta-feira, o Ibovespa registra uma queda de 0,15%, alcançando 127.478 pontos, enquanto investidores analisam as recentes decisões do Federal Reserve (Fed) e do Comitê de Política Monetária (Copom). O dólar, por sua vez, atingiu R$ 5,73, refletindo a volatilidade do mercado.

Pela manhã, a bolsa foi sustentada por sinais de que o Fed poderia reduzir as taxas de juros em setembro. No entanto, a possibilidade de aumento das taxas de juros no Brasil influenciou negativamente o Ibovespa ao longo do dia.

Adicionalmente, a queda nas ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4), ambas registrando perdas superiores a 1%, contribuiu para a desvalorização do índice. A Petrobras, que havia se beneficiado da alta de quase 5% do petróleo WTI no dia anterior, agora enfrenta uma queda superior a 1% no valor da commodity.

Decisões do Fed e Copom

  • Fed: Manteve a taxa de juros entre 5,25% e 5,50% ao ano.
  • Banco Central do Brasil: Manteve a taxa Selic em 10,5% ao ano, sendo esta a segunda manutenção consecutiva da taxa em 2024.

Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, destacou que o principal ponto da reunião do Copom foi a inflação, que não está sendo controlada como o esperado. As projeções de inflação para o primeiro trimestre de 2026 estão em 3,4% no cenário de referência e 3,2% no cenário alternativo, onde a Selic é mantida constante. “A política fiscal desajustada impacta diretamente a política monetária e é uma preocupação constante”, afirma Mendonça.

Cenário Econômico

O tom do comunicado do Copom foi ‘hawkish’, indicando uma tendência de alta dos juros. Isso está alinhado com os relatórios recentes do Banco Central, que aumentaram as projeções de inflação para o final de 2024 e 2025. Os gastos governamentais elevados e o dólar a R$ 5,60 são fatores adicionais de preocupação.

Nos Estados Unidos, o cenário é oposto, com expectativas de cortes nas taxas de juros. O presidente do Fed, Jerome Powell, mencionou a necessidade de mais confiança nos dados antes de reduzir os juros, mas suas respostas durante a coletiva de imprensa aumentaram as apostas para um corte em setembro. “Ele não foi claro, mas deu mais pistas de que a queda de juros é iminente e pode ocorrer em setembro”, comentou Beto Saadi, diretor de Investimentos da Nomos. Powell afirmou que “um corte de taxa pode estar na mesa na reunião de setembro se a totalidade dos dados contribuir”.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,15% aos 127.478 pontos

A bolsa brasileira enfrenta um cenário complexo, com influências tanto internas quanto externas afetando seu desempenho. As decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, aliadas ao comportamento das principais ações do índice, continuarão a ser fatores críticos a serem observados pelos investidores.

Fonte: Revista Exame

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