Petrobras Enfrenta Prejuízo de Quase R$ 3 Bilhões no Segundo Trimestre de 2024 e Aprova Pagamento de Dividendos

Em meio a um cenário econômico desafiador, a Petrobras, uma das maiores estatais brasileiras, divulgou um prejuízo de quase R$ 3 bilhões no segundo trimestre de 2024. Apesar do resultado negativo, a empresa aprovou o pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio aos seus acionistas, reafirmando seu compromisso com a remuneração ao investidor.

O que Contribuiu para o Prejuízo da Petrobras no Segundo Trimestre?

A Petrobras atribuiu o prejuízo principalmente à variação cambial e a um significativo acordo tributário realizado com o governo federal. O acordo, que buscou regularizar dívidas fiscais e tributárias de cerca de R$ 45 bilhões, foi uma das principais causas do impacto financeiro negativo. Esse processo envolveu a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal, afetando diretamente os resultados contábeis da empresa. Contudo, a Petrobras destacou que o impacto no fluxo de caixa foi considerado irrelevante.

Desempenho Financeiro: Ebitda e Receita de Vendas

Entre abril e junho de 2024, o Ebitda ajustado da Petrobras somou R$ 49,7 bilhões, uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior e uma redução de 17% em comparação ao primeiro trimestre deste ano. Essa queda foi influenciada por margens menores em diesel e gasolina, além do aumento nas importações. No entanto, a empresa registrou um aumento nas receitas de exportações de petróleo tipo Brent, impulsionado pela valorização do produto. A receita de vendas totalizou R$ 122,3 bilhões, representando um aumento de 7,4% em comparação anual e um crescimento de 3,9% em relação ao trimestre anterior.

Dividendos: Quanto os Acionistas Receberão?

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a distribuição de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, equivalente a R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial. Os pagamentos serão realizados em duas parcelas. A primeira, de R$ 0,52660009 por ação, está prevista para 21 de novembro de 2024, enquanto a segunda, de mesmo valor, será paga em 20 de dezembro de 2024. Para os acionistas com papéis negociados na B3, a data de corte é 21 de agosto de 2024. Já os detentores de ADRs (American Depositary Receipts) terão os pagamentos efetuados em 29 de novembro e 30 de dezembro de 2024, de acordo com o “record date” de 23 de agosto de 2024.

Desafios nas Margens de Diesel e Gasolina

A Petrobras explicou que a redução nas margens de diesel e gasolina foi consequência do aumento das importações, além de itens não recorrentes, como o acordo trabalhista de 2023 e a adesão à transação tributária mencionada anteriormente.

Expectativas e Metas para o Futuro

Apesar das dificuldades, a Petrobras continua a gerar forte fluxo de caixa, o que permite à empresa seguir com seus investimentos e manter a remuneração dos acionistas. Fernando Melgarejo, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, ressaltou que o resultado líquido do trimestre deve ser visto à luz dos eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no caixa da companhia.

Em julho de 2024, a Petrobras já havia reportado um aumento de 2,6% na produção de petróleo no Brasil, resultado impulsionado por novas plataformas operacionais. Para o futuro, a estatal mantém como metas a continuidade de sua política de remuneração, novos investimentos em infraestrutura e tecnologia, e a melhoria contínua de processos internos, com o objetivo de garantir maior eficiência operacional e sustentabilidade a longo prazo.

Mesmo diante de um cenário adverso, a Petrobras demonstra resiliência e compromisso com seus objetivos estratégicos, buscando entregar valor aos acionistas e contribuir para o desenvolvimento econômico do Brasil.

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